Entrevista com o Sr. Claricio Martins

O Sr. Clarício Martins Silva é o segundo mais idoso morador do Retiro Humboldt, e aos 93 anos distribui energia e sorrisos, sempre disposto a participar de todas as atividades oferecidas.

Nascido em 20 de março de 1918, e natural de São João da Barra, estado do Rio de Janeiro, Seu Clarício começou a trabalhar muito cedo. Aos 12 anos saiu do interior onde vivia, em busca de novas experiências, iniciando seu trabalho em uma usina de açúcar.

Aos 18 anos, serviu ao Exército em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, mas sempre cultivou uma paixão pela aviação, sonhando ser mecânico de avião. "Quando terminava meu expediente no exército, corria para o Aeroporto Santos Dumont, onde observava o tráfego dos aviões", lembra.

Quanto terminou o período no Exército, Seu Clarício começou a trabalhar na empresa Panair do Brasil, na qual ingressou como ajudante de jardineiro, e pela qual se dedicou durante 25 anos.

Sempre muito interessado pelo funcionamento da aviação, conheceu o Sr. Flores, peruano que administrava a empresa e que o ajudou muito: "O Sr. Flores me colocou na escola e me incentivou a estudar". Através de muito estudo e dedicação, Seu Clarício conseguiu passar nas provas para se tornar mestre de aviação. "Em 1950 recebi uma medalha por ter prestado serviços ao país durante a guerra, tendo cuidado de 8 aviões de Guerra", conta.

Em 1965, com a falência da Panair e tendo que manter a família - esposa e 4 filhos -, investiu e trabalhou em diversas áreas: chofer de praça (atual taxista), dono de uma empresa de Kombis e dono de uma loja de produtos eletrônicos.

Mas foi após um assalto, no qual levaram seu carro e diversos produtos da loja de eletrônicos, que Seu Clarício decidiu dar um tempo no trabalho e viajar com a esposa para descansar e se refazer do susto.

Na volta montou alguns negócios e com eles conseguiu manter a família, composta pela esposa e, agora, seus 6 filhos. Mas há 5 anos a história mudou e Seu Clarício perdeu a esposa, com quem viveu por 63. "Morávamos em Resende, só nós dois. Eu ainda tentei continuar morando lá, mas não deu certo. Sentia-me muito sozinho, longe dos filhos", lamenta.

Por iniciativa própria, voltou para o Rio e como sugestão dos filhos resolveu procurar uma casa de repouso para morar. "Na verdade quem descobriu o Retiro foram os meus 2 filhos que moram aqui próximo. O Sr. Huse (Guenter Huse, Gerente do Retiro) foi professor da minha filha mais velha, e quando vim conhecer o local ele me convidou para ficar 15 dias hospedado. Caso não gostasse, poderia ir embora. Mas eu não quis mais sair", explicou Seu Clarício, que considera o Retiro Humboldt um local tranquilo para se viver. "Gosto das árvores, do canto dos pássaros e do local amplo para caminhar".

Morador há apenas 6 meses, ele garante que morar no Retiro foi a melhor opção: "Aqui fiz muitas amizades, procuro estar presente em todos os eventos e continuo fazendo as atividades que sempre gostei, como as minhas caminhadas matinais. Ainda participo das aulas de artesanato, de pintura e de ginástica."

Segundo Seu Clarício, o Retiro oferece tudo o que ele precisa e o ambiente lhe dá segurança. "Eu tenho tudo aqui dentro e sou muito bem atendido pelos funcionários. Sempre fui medroso, mas aqui não tenho medo de nada", completa.

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